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O Caso do Saci


Toda criança acredita que coisas mágicas possam acontecer. Todo adulto tem guardado em si uma boa história, um bom brinquedo, uma memória construída de sua infância que o faz reviver e acreditar que apesar de ter crescido não precisa desfazer-se de suas melhores construções, de seus inesquecíveis personagens. E se isso acontecer? Busque reencontrar o que te faz sonhar e viver. Nelson Cruz em "O Caso do Saci" editado pela Cosacnaify traz a realidade de um casal que vive os perigos da vida real e que perde os sonhos da infância, mas que são surpreendidos pela força da imaginação de seus filhos.

Zé Preto, Dalva e seus filhos Andrea e Manfredinho, moram no Bairro do Ipê, no final da rua Tombador. Zé Preto trabalha com caixas de papelão e divide as despesas de casa com sua esposa. Um dia acha um dicionário e um boneco do Pinóquio que iriam fazer a alegria das crianças.



Tudo parecia tranquilo até surgirem na vida de Zé Preto dois malandros interesseiros que roubam a paz da família. Em troca de segurança no bairro, Zé Preto deveria entregar parte de seu pagamento pelo trabalho.



Diante de tanta tensão, Andrea e Manfredinho acreditam que a culpa pelo sumiço do dinheiro de seu pai e do boneco Pinóquio seja de um duende brasileiro que pega as coisas escondidos, o Saci.

O pai sabe que não foi o Saci e desmerece essa possibilidade da imaginação de seus filhos. Aflitos por viverem uma situação delicada, Zé Preto não consegue acreditar na forma como tudo foi resolvido.




De início me senti angustiada com a situação de ameaça que vive a família. Além disso, fiquei imaginando a decepção das crianças ao saberem que os pais perderam o brilho das histórias e das lendas. Não se deve roubar os sonhos das crianças porque a vida nos mostra as impossibilidades e as veracidades de situações reais. O enredo também busca resgatar a importância de se valorizar nosso personagem folclórico, o Saci. As ilustrações, de autoria do autor, são bem expressivas e conseguem transferir a preocupação dos personagens para o leitor à exceção do Saci que pode amedrontar de início mas que pode surpreender no final. Se o desfecho faz refletir sobre a existência ou não do Saci, acredito não ser essa a questão. Mas enfatizar a importância de se restaurar as memórias que são construídas na infância, sem dúvidas é a grande denúncia da narrativa.

No clima de Copa, nosso patriotismo não vai somente pela seleção brasileira, mas também para o nosso rico folclore!




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